quinta-feira, 20 de outubro de 2011

★ Pequeno grande amor


Encontrei uma conhecida no bus ontem e ela me contou que a vó dela faleceu. 
Até aí, "tudo bem"! Até que ela começou a falar sobre a falta que a vó dela fazia, e a repercussão que o ocorrido tinha causado na vida dela. 
Ela morava com a vó, teve que voltar a morar com a mãe e o padrasto - que não se dá muito bem com ela. Ficou mais longe do trabalho, da faculdade. O ambiente familiar mudou. Enfim, uma reviravolta repentina. 
Mas o que me fez pensar, não foi exatamente isso, foi ela ter me dito o seguinte: "Todos os dias pela manhã, quando eu acordava, a mesa estava posta pro café da manhã. E a maçã que eu como no meio da manhã? Era a vó que deixava lavadinha em cima do balcão pra eu levar. Eu não almoçava em casa, ia do trabalho direto pra faculdade, e quando eu chegava em casa, minha vó, na maioria das vezes, já estava dormindo - mas minha cama estava feita, a janta estava quentinha no fogão e o bilhete dizendo "Eu te amo minha filha, durma bem!", debaixo da caneca em que eu tomava café antes de dormir. 
Pequenas coisas que com o costume, viraram rotineiras. 
Hoje, para suprir a falta que minha vó me faz, minha mãe deixa meu café pronto, minha maçã no balcão, e a janta pronta quando retorno pra casa. Vez ou outra arriscou deixar um bilhete para mim. Mas mesmo sendo minha mãe, não era a mesma coisa!
Ontem, mamãe teve a brilhante ideia de procurar um bilhete da vó, e pôr debaixo do meu prato. Hoje pela manhã, perguntei porquê, e ela respondeu que quando eu servisse a janta no prato e o colocasse em cima do bilhete, iria esquentá-lo. Quando eu acabasse de jantar, e levasse o prato à pia, eu iria perceber que apesar do bilhete não estar debaixo da caneca e não ter sido posto pela minha vó, assim como ele, a felicidade que os pequenos gestos que minha vó fazia por mim aqueceria meu coração, e me faria dormir, para sempre, sob a proteção dela."

Na hora lembrei da minha vó, que me acorda no inverno com sucrilhos na cama. É algo que aquece meu coração e me faz amá-la demais. Liguei pra ela só pra dizer que a amava, muito! 
Depois que desliguei, fiquei pensando sobre os pequenos gestos, as pequenas coisas e o valor que elas tem. 
Coisas simples mesmo, sabe? O "bom dia" do padeiro pela manhã, o "bom trabalho" que o motorista te deseja, a mamãe ligando pra você no meio da balada pra saber se tá tudo bem, os amigos trocando uma balada, por um churras e boas risadas com você, no final de semana. Um infinito de coisas do nosso cotidiano que não percebemos, mas quando elas deixarem de existir, sentiremos falta. 

Mais tarde quando estava assistindo a novela, escutei o barulhinho que minha hamster, a Lilica, faz quando tenta jogar o bebedouro pra fora da gaiola (e jogou, pra variar!), o que, consequentemente faz molhar minha bolsa que fica dependurada ao lado. 
Na hora, me deu vontade de gritar com ela, embora ela não fosse entender nada. Mas quando levantei, cheia de raiva, ela sentou na rodinha e ficou me olhando. Parecia até que sabia que eu estava furiosa com ela. 
Morri né? Queria apertá-la de tanto amor *-*
Na hora, me lembrei das pequenas coisas, neste caso, literalmente né?! E percebi que mesmo quando as coisas não andam muito bem nas nossas vidas, existem outas tantas coisas que fazem parte dela, e que mesmo por instantes, nos fazem extremamente felizes! 

Pós muito amor, tirei essa foto aí com ela. A beijei, dei carinho e enchi o bebedouro dela, que amanheceu dentro da minha bolsa, novamente! 
Se não formos fiéis às pequenas coisas, jamais poderemos ser às grandes! 

Valorize as pequenas coisas, os pequenos gestos! ;)

Um comentário:

  1. Adorei. Você é boa com as palavras. Queria muito ser assim.
    Tenho uma história parecida com essa, não vou falar por aqui. (a Lizi já conhece um pouco dessa minha história).
    Um dia desses vou me convidar pra ir na sua casa e te conto.

    PS: vou levar uma coca - cola e um sorvete pra nós hehehe...

    Parabéns pelo texto.

    bjão

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